Rumi Celaladdin-i Rumi viveu na cidade de Konya e resumiu sua vida com as palavras: "Eu nasci, fui cozido e queimei". Rumi Celaladdin-i Rumi nasceu na cidade de Balkh, em Khorasan, que hoje fica no Afeganistão. A terra onde ele cresceu estava sob a influência da cultura persa, que inspirou primeiro seu pai, Baha ud-Din Walad. Embora sua família tenha nascido sob o domínio persa, houve longos conflitos sobre as origens de Rumi. Ele respondeu à pergunta sobre sua nacionalidade com: "Embora o indiano seja minha língua materna, eu me sinto turco". Devido à ameaça mongol, Baha ud-Din Walad mudou-se para a Anatólia a partir de Balkh, após visitar Meca e Medina em peregrinação. Eles viajaram pela Capadócia após chegarem à Anatólia e finalmente escolheram a província de Karaman, na Turquia moderna, para se estabelecer. Não conseguindo resistir aos convites insistentes do governante seljúcida Alā' ud-Dīn Key-Qobād, Baha ud-Din Walad mudou sua família para Konya para contribuir com o sonho do governante seljúcida de transformar a cidade na "Capital do conhecimento". E isso deu início a tudo.

Com o apoio do palácio seljúcida, Baha ud-Din Walad lecionou em uma madrassa em Konya, que foi assumida por seu filho Rumi. Ele ensinou na hospedaria de seu pai, tornou-se um molvi islâmico, emitindo fatwas e pregando sermões nas mesquitas de Konya. Após viajar para a Síria e permanecer lá por 5 anos, Rumi retornou a Konya e continuou suas práticas e trabalhos na hospedaria de dervixes de seu pai. Era evidente que Rumi estava em busca; ele apenas não sabia onde procurar.

Enquanto isso, no Oriente Médio, outro dervixe chamado Shams-e Tabrizi buscava alguém que pudesse suportar sua companhia. Ele estava pronto para dar sua vida a uma pessoa que seria a resposta para suas perguntas e o ajudaria a criar mais questionamentos sobre a vida. Após se encontrarem em Konya, Rumi e Shams passaram dias sozinhos discutindo sua razão de existir. Para muitos historiadores, as longas conversas dos dois apaixonados deixaram os alunos de Rumi tão ciumentos que eles assassinaram Shams, cumprindo sua devoção à pessoa de todas as respostas. Acredita-se que Shams tenha sido a inspiração de Rumi para escrever o Masnavi, considerado a melhor obra do sufismo. O Masnavi é a bússola dos dervixes, dos buscadores do amor divino. Como os alunos de Rumi buscam o amor de Deus, eles celebram sua morte e nunca lamentam, pois consideram que o discípulo finalmente alcançou seu amado.

Os dervixes rodopiantes são os performers espirituais do sufismo que seguem Rumi. Seu filho, Sultan Veled, sistematizou o transe de seu pai, que ocorria enquanto ele caminhava pelas ruas de Konya. Quando Rumi começou a ouvir o ritmo dos martelos de um joalheiro trabalhando ouro, ele começou a rodopiar como em transe e surpreendeu a todos. Isso é considerado encontrar Deus até mesmo no som de um simples martelo e entrar em um transe de performance, mostrando sua paixão e desejo pelo Todo-Poderoso. Quando o dono da loja viu Rumi dançando ao ritmo de seus funcionários, ele pediu que mantivessem o ritmo, independentemente do valor do ouro que perderiam. Ele queria assistir ao transe espiritual de seu erudito.

De acordo com testemunhas, após horas rodopiando, Rumi implorou que parassem, caso contrário, ele morreria rodopiando. Exausto, Rumi foi convidado para uma pausa e um copo d'água na loja, apenas para encontrar as folhas de ouro cobrindo todo o chão. Acredita-se que Rumi continuou seus transes durante as performances de música sufi dos dervixes, e seu filho Sultan Veled incluiu isso na educação dos dervixes que se dedicavam à hospedaria. O sufismo de Rumi é baseado no amor a Deus e na tolerância, o que o torna muito especial no mundo muçulmano. Podemos ver a importância do "nós" em vez do "eu" na ordem da educação de um discípulo, que termina limpando os banheiros após um ano de treinamento intenso. As portas do sufismo de Rumi estão abertas a todos, o que é apoiado pelas próprias palavras de Rumi, conforme abaixo:

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